está na hora
da democracia romper as algemas
abrir os armários, deixar o vento levar
o pó dos coturnos que inda pisam nossa história
está na hora
de apagar do currículo das academias
as lições de medo e silêncio
de plantar nas cabeças dos quartéis
as sementes da civilidade.
está na hora
de viver para além do golpe,
do autoritarismo que assombra
das torturas que ecoam
das mortes que clamam: nunca mais!
o brasil, com sua dança,
sob a brasa do olhar dos cachorros loucos,
quer transformar pendengas em passos
soberania em abraço
dialógo em ponte
cooperação em festa mas
surja alguém
trazendo nas mãos os impasses
e ameaças nos dentes
erga-se da justiça a clava forte
a luz que corta a escuridão…
não fugiremos pois
não tememos quem cultua a morte,
o brasil conhece seu direito de existir
junto e misturado
no carnaval em que somos inventados
onde a diversidade não é máscara
para esconder desigualdades
nem sombra para ignorar conflitos.
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