A Proclamação da República foi um movimento militar patético, um golpe frouxo dado em cima de Dom Pedro II, figura erudita, triste, que adorava fotografia e tinha grande apreço pela Ciência e Tecnologia (manteve extensa correspondência com alguns expoentes científicos do seu tempo).
Infelizmente, apesar de contar com apoio popular, perdeu o gosto pela pompa e circunstância da coroa e acabou por decidir largar mão de tudo e se mandar, pobre, para o exílio.
O regime instaurado, só fez acumular fracassos, tornando-se gerador de sucessivos governos fracos e incompetentes para tocar, por exemplo, o projeto de Brasil saído da cabeça do velho imperador que soube manter a estabilidade política e a liberdade de expressão por 58 longos anos.
Longe de mim, querer a volta da Monarquia, ainda mais olhando para os atuais descendentes reais, uma turma de carolas que não merecem sequer cheirar um peido do Dom Pedro (inventor, segundo a lenda, do maior passatempo brasileiro, verdadeira homenagem à astúcia e a esperança brasileiras: o nosso traquinas jogo do bicho).
Taí, entre as gangues milicianas atuais e os velhos capos da contravenção, sem dúvida nenhuma sou mais os presidentes eméticos das escolas de samba – muito mais honestos, coerentes, insubmissos e perfeitamente engajados com as coisas, os costumes das gentes brasileiras, nacionalistas genuínos, sempre desconfiados com relação a tudo que cheire ou venha do estrangeiro. Brizola estava certo.
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