I Can See the Whole Room and There's Nobody in It, Roy Richtenstein, 1961
incapaz de derramar uma lágrima
riu da agonia,
da dor,
tripudiou da miséria
e, alheio, sentiu-se ungido:
crente que teria sobrevida
além e acima do caos
ignorante da própria pequenez,
investiu contra tudo e todos
distraído da condição humana:
imperfeita, fraca, frágil… falível
eis que a munição acaba
e as mãos, unhas e dentes das vítimas
inscrevem na História
o patético fim de um arrogante
e esta pena assinala,
diante da eternidade,
a tragédia desse ninguém
condenado a viver atormentado
por seus delírios de grandeza
Nenhum comentário:
Postar um comentário