Festival de Corpus Christi, Francisco Goya, 1813
ó acúmulo de fantasias,
práticas mágicas e religiosas,
superstições, ritos e sacrifícios…
preciso controlar o incontrolável,
o rio tumultuoso das manifestações d’alma
ó festins diabólicos, imolações humanas,
progressão sangrenta, condutas rudes e perversas
rituais antropofágicos: quero a comunhão heroica
o simbolismo, profecias modernas
evitar a catástrofe final… alcançar o sublime
ah, minha humanidade
sigo vítima da tua fecundidade:
quanto mais me multiplico
instantâneo me torno irrelevante,
inútil, me grudo à bichalidade
onde as pulsões buscam me fazer esquecer
tudo que de fato importa…
e eis que a revolução
alegre, desde as cinco da tarde
passa ao largo em desfile no rumo oposto
ao sentido do trem que insisto em embarcar
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