Cinco Garotas de Guaratinguetá, Di Cavalcanti, 1930
minhas amigas me gostam
mas isto não impede que desconfiem de mim,
repleto de más intenções
não são bobas, minhas amigas
conhecem minha fraqueza
sabem dos meus olhos travessos
a brecharem axilas, covinhas, dobrinhas…
ah, que me matem os decotes epifânicos
blusas epidérmicas
saias serelepes
joelhos atrevidos
curvas que enchem a boca d’água
e fazem a gente perder o folego
que não me flagrem, as amigas,
num olhar inescrupuloso, fraco e babão…
que fiquem a rir
do meu jeito sátiro, pouco homem
adoro minhas amigas…
um dia, melhorado,
nego que escrevi estas linhas
e me caso com uma delas
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