Devils Confronting Dante and Virgil, Gustave Doré, 1890
vai daí, mano, fala mal
mas fala bem mal, mete bronca -
que a flor maldita, essa canibal
perfumada de carne podre
se torne estéril um dia… um dia…
partiste e vives de partir,
morrer de saudade e voltar
encarar os demônios
demônios normais, cotidianos
que não te querem aqui
que não te querem em canto nenhum
viver é uma afronta (sacaste isto antes de mim)
mas e quanto aos teus
os que ficaram e ficam, nós
que nem mais esperam
nada de ti, além que sobrevivas
no tapa na cara, lâmina no olho
chute na bunda, deles – inimigos mortais…
demônio a gente vence
demônio a gente acerta no meio da fala
vai pra rua, exibe a unha
e canta... a palavra -
esse tudo que nos resta!
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