Hand of Fate, Achraf Baznani, séc.XX
não sei do amanhã
quem sabe?… aliás,
tenho medo do dia seguinte.
daí a ideia de escrever
notas urgentes
(súplicas de presença)
antes que a ausência me retire
para sempre
de perto dos meus amigos
e me jogue longe dos meus irmãos…
ah, palavras, preciso mostrar quem sou
além de toda manhã
quanto mais vivo, a cada instante,
o mecanismo de apagamento
não me quer nem morto
quer saber se desejo deletar ou não
a história, minha história...
por isto aplaino a lembrança
afio a memória
teço histórias impossíveis
e acordo todo dia
pronto para trabalhar
minha difícil e dolorida humanidade
É como um trabalho de Sísifo. A cada manhã, se começa novamente a mesma rotina: sobreviver para o amanhã. Gostei muito!
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