Poem 7, Maku Haku, 1966
o poema abomina imposturas
dispensa lisonjas
foge das falácias
dos sofismas
das trapaças, barrigas, burlas
evita a ruína
a necessidade
a vaidade, o medo
e a urgência de toda ânsia
qual a medida do poema?
desde que espontâneo
o verso é que nem festa
surpresa
fortuita estrofe
casual afeto
noviço beijo
é que o poema contempla
a infinita brevidade do instante
(seu bônus)
todo o mais é tempo
engenho
gasto
(armazenar pressão
frequência cardíaca
preservar a máquina)
e espectar… e expectar… e viver
sem esforço
se possível
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