Office in a Small City, Edward Hopper, 1953 |
se
o vírus não me matar
vou
morrer de saudade
eu,
que fui
obrigado a desaprender do
abraço
sinto
falta de um
aperto de mão
dói
a ausência
não
aquela poética
mas
a física, aquela de verdade
de
poder deitar a cabeça no teu colo
e
sentir o conforto do teu hálito
neste
inverno precoce
estou
destinado a morrer
sem
receber aquela visita inesperada?
sem
almoçar com meus amigos numa hora oportuna
sem
tomar aquela cerveja fora de hora no boteco da esquina
sem
aquele encontro programado de domingo
e
a possibilidade de um beijo
no
escurinho do cinema?
oh,
solidão imposta
quanto
me tens sido cruel
ainda
mais com a cadela
fascista
a
desafiar
a vida
em
tantas ruas
mortas…
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