Hallow Egg, Alexander Calder, 1939
Um
dia, um gênio apareceu na cidade e ofereceu seus dons. Como ali
todos eram pobres, lembraram
da história
antiga e
cada um pediu
uma galinha que
botasse
ovos de ouro.
O gênio, relutantemente, concedeu o desejo. Todos foram pra casa com
a certeza de que agora finalmente não precisariam se preocupar com
mais nada na vida.
Com o passar do tempo, ninguém mais precisou ou se lembrou de
trabalhar.
Todo
mundo agora era milionário.
Ninguém
mais produzia um alfinete que fosse. Afinal,
tinham montanhas de ouro e
podiam comprar tudo que desejassem.
Porém,
o que havia
em estoque um dia acabou. E
como não tinham produzido nada para repor o que consumiram, logo as
prateleiras dos mercados ficaram completamente vazias.
Quando,
bateu a
fome, não havia alimento;
quando
o frio entrou,
não havia agasalho;
quando
a doença acordou,
não havia remédios…
E todo dia, a galinha de
cada um botava mais um ovo de ouro que
nem era comestível.
Perceberam
que, na
verdade, haviam
desejado
e recebido uma
inutilidade, todo ouro que possuíam
não valia nada.
Foi
aí que decidiram
matar
suas respectivas galinhas,
para aplacar
a fome. E,
de
barriga cheia, voltaram aos seus afazeres anteriores em busca de
suprirem suas necessidades e, eventualmente, produzir um tanto
a mais que
lhes permitissem trocar
por outras
coisas que precisarem.
Num
passe de mágica, todo o ouro acumulado desapareceu da história e
ninguém sentiu a falta
dele.
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