sábado, 12 de outubro de 2019

no silêncio da casa


A Man in a Room, Rembrandt, 1630



no silêncio da casa
as lembranças me passeiam
cuido delas
que nem cuida de mim
aquela ideia de futuro
que ocorreu na última vez
que lembrei daquele amor
resguardado na saudade

no silêncio da casa
os passos me tornam a ti
e compreendo que estás em mim
qual canção de alento
e resposta a tudo que há de porvir

no silêncio compassivo da casa
adentro ao tempo da memória
e afora o que exista de sonho
ou de sobrenatural nesse templo
emerge um pequeno temor
diante de uma vaga espera:
ser um tanto dessa sombra
que ainda me expecta
nos quatro cantos desta casa



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