Excursion into Philosophy, Edward Hopper, 1959
a
linha que separa a loucura da sanidade
é
tão tênue
que
nos esmeramos consumi-la
em
rotinas… e seguimos
socialmente
vigilantes
moralmente
débeis
e
espiritualmente vazios
sem
qualquer obrigação
outra
que não seja o faz de conta
que
é o tratamento líquido e certo
da
doença que inventamos
para
sobrevivermos
longe
bem
longe
do
mal estar que nos persegue
-
essa vingança amarga
ai
de nós, predadores ressentidos e banais
especialistas
em naturalizar o herói
no
cassino que nos impera
alocando-o
nalgum gabinete
com
uma minuciosa e extensa descrição do cargo
verbas
e poderes escassos
além
de um gordo salário e planilhas mil
blindado
vulgarmente contra a queda da derradeira máscara
-
esse “belo que dá lucro” -
que
nos habituamos exibir em nervosas
salas de cinema...
… diante
da dissipada linha que separa a loucura da sanidade
afora
o
ranger de dentes
é
tudo
correria
bílis e
cansaço
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