The Multiplicity of Worlds, Sergey Belik, 2014
o melhor dos mundos seria
um
mundo transparente
claro
onde
a ausência de deus
fosse
tão patente
que
a psiquê se sentiria impedida
de
se esconder detrás de dissimulações
e
a mentira
esse
sub-produto defensivo da alma
quando
anunciada
seja instantânea e literariamente flagrada
e
riríamos
tomados
de entusiasmo
da
sua tentativa
pueril
de
forjar qualquer verdade
um
mundo transparente…
onde
a aparência
esse
simulacro
(refúgio
da obscuridade do mundo)
jamais
sustente opiniões
gostos
modos
privados ou profanos
nem
se aventure a torná-lo sagrado
e
cogite substituir o real pela farsa
num
mundo transparente
não
haveria moral
(saberíamos
de antemão distinguir todas as vibrações)
e
ao invés de livre-arbítrio
faríamos
uso do poder de edição
afinal
num
mundo assim
tudo
o
universo as pessoas e as coisas
estariam
impregnados de coragem
que
qualquer jornada seria épica
e
toda ação
automaticamente
transformada
em história
Nenhum comentário:
Postar um comentário