Icarus, Henri Matisse, 1944
todos
ícaros
esses
heróis de cera
pobres
meninos pobres
sedentos
de eira e beira
parque
opresso e diversões
vos
abriram sésamo
a
esperteza e guloseimas
e
pinóquios acorreram
em
plena meia-noite de senões
peitos
todos conspirados
tais
brinquedos falhos
imprudentes
corações
desprezam
os bons modos
e
tramam a própria queda
tais
recrutas
luzem
seus olhos
esquecidos
de espelhos
em
orações forjadas e fajutas
deslumbram
esses arruinados ainda
todos
os brasões
todos
os barões
todos
os salões
todas
as exceções
de
uma glória efêmera e cara
e
quando se recolhem à cama
bailam
descrentes de história
e
aflitos
esses
sonsos
dormem
a
afogarem sonhos
na
lama
das
cinzas que espalham
Maravilha de poema!
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