Maze, Albrecht Behmel, 2016
às
vezes a sanidade me pega
tal
e qual que nem se fosse a idade da razão
finalmente
decidir
me presentear
com
os últimos
melhores
anos da minha vida
porém,
nessas horas, em geral, estremeço
obcecado
por
alguma ideia fixa
que me joga do outro lado do mundo
desprovido de sentido
alimentando o medo
minha insegurança certeira
em suprimir a tentativa de destravar o
olho
e meter a mão na massa
e
aí, meu velho
(simples
e fácil compreender o próprio assombro)
esqueço
de pensar que sou uma montanha
que não teme fantasmas
que sabe navegar sem desespero
pelo barulhada da estranheza humana
cozinhada em múltiplas finalidades
tão solitárias...
e decido
então que é hora de trabalhar
outra vez
esquecido
da glória das grandes coisas
incapaz que sou
de despertar desejo nesse corpo
divino, egoísta e desatento
travestido
de arte
de humor
e prazer pra lá de vulgares
afinal
não
há mais o que pensar
tampouco o que errar
a
utopia jamais supera o agora
de
sobra, recuperado
do tombo
encaro
a lucidez
e
reconheço em seus olhos
todos
os meus caminhos
Nenhum comentário:
Postar um comentário