Personagens do Mamulengo Presepada, Brasília-DF
No
Reino do Bafafá, era uma vez, um capetão da cavernas (também
conhecido como o inominável) que um belo dia, na padaria da
esquina, onde toda tarde tomava um sisudo cafezinho, encontrou uma
viúva (conhecida na vizinhança como a baranga histérica)
e logo deram de trocar umas
ideias. Conversa vai, conversa vem, decidiram (para espanto
geral) que era hora de juntarem armas.
Feitos
os acordos, emendaram os fios dos bigodes e após tomarem posse da
vaquinha arrecadada pela seita que os uniu, foram passar a lua de mel
na Casa de Noca - reduto de uma massa destra e bastante
fashion, a crème de la crème de uma seleta brava gente de
patrióticos e brancos corações.
Quando
chegou a hora do onça beber água, quer dizer, na hora de botar a
rotina
pra funcionar, ela, dona
de uma rede de mercadinhos,
louca de
pedra pelo
retorno da dita-dura (que
a tempos não curtia) começou
a perceber que dois e dois não resultavam
quatro e tratou de botar
olheiros para monitorar as
escapadelas
do varão.
E
não é que o belo
saía para se encontrar ora com
uma loira recatada
e do lar, ora com uma ruiva
limpinha e cheirosa…
e houve vezes até
que foi filmado, gravado
e fotografado dentro de uma
quitinete (devidamente
preparada para abater incautos de
qualquer sexo)
com um halterofilista
desempregado conhecidíssimo
na baixada pela alcunha de
prepúcio glande.
A
bocca chiusa comenta-se
que, o musculoso levantador de pesos mortos, após acalentar a
baioneta, por várias e repetidas vezes, diante de um público ávido
por emoções baratas, conseguira do capetão (agora
presidente da cadeia varejista de secos e molhados da mulher) uma
boquinha como gerente de marketing encarregado de criar frases de
efeitos para serem esculpidas em letras de fogo logo acima das
tabelas de preços.
Na
hora, sem pensar, o bruto e serelepe prepúcio cuspiu algo
que vivia guardado a sete chaves em seu caderno de notas com jeitão
de diário: “Literatura, Filosofia, Sociologia e Arte são
ótimas para libertar a mente mas quem precisa de liberdade se a boa
e velha Sacanagem nos mantém com os pés no chão”.
Encantado
com a perspicácia e charme do seu tonitruante auxiliar o capetão
se riu tanto que estourou-lhe as pregas. Estimulado, prepúcio
aproveitou a oportunidade para tecer elogio ao seu tripé
macroeconômico, declarando-se pronto para desenvolver, para gáudio
da indústria nacional, uma potente e monumentosa produtora de filmes educativos sexualmente, totalmente customizados e ao gosto do cliente.
Fula
da vida (porque puta ela não podia ficar, sob pena de pisotear seus
próprios princípios) a baranga histérica, que tudo vira e
ouvira, sem pestanejar, em sua tela de plasma e agora, absoluta e
definitivamente recalcada, vendo que seus encantos de fêmea de nada
lhe valiam, resolveu enfiar o dedo nas fuças do marido, chamando-o,
na cara dura de, nada mais nada menos, um tremendo viado boiola e
baitola desmunhecado da silva, logo que ele lhe pedisse para servir o
jantar. Vixe, praquê! Suas amídalas foram parar do outro lado do
Atlântico, vítimas de um cirúrgico pescoção nos cornos.
Decidida
a buscar justissa a qualquer preço, deu uma chegada no quartel mais
próximo de casa e registrou queixa, em nome da moral e dos bons
costumes. Porém, a cúpula judiciária-midiática-militar, sorteada
para julgar o caso, baseada da teoria da dependência, decidiu pela nulidade do processo sob a alegação de que o principio “em
briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, supera todas
as disposições em contrário.
A
baranga histérica ainda cogitou buscar outros
meios de reparação mas, como haviam sido revogados todos os
outros meios, engendrou derramar água quente no ouvido do cônjuge.
E foi assim que viveram infelizes para sempre.
Moral
da história: em terra dos tais homens de bem,
ninguém vale um vintém.
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