Spell Words, Nicholas Roerich, 1922
alcançar
o poema visual
sem
fechar questão
sem
cerrar a porta
a
janela
o
buraco
a
pequena passagem
que
sai do olho
e
chega à consciência
daquilo
que você menos espera
e
habita a espinha
assim
fica aqui
a
dica de que melhor
vale
um poema
na
mão
que
duas imagens
no
chão
qualquer coisa que o valha
manter
aquela
dica que você me deu
ontem à tardinha
justo
na hora em que ninguém estava nem aí
para
o que vinha ou iria
tomar
uma caninha com suco de limão
antes do meio dia
legal
na
perspectiva de encontrar você
faria
meu melhor
papel
(escolado
contador de moedas)
diante da plateia
no
restaurante que cabe no meu bolso
canhestro
bisonho burguês
e
continuaria aquele desenho
na
página em branco
como
tábua de salvação
dádiva dívida
ou
faria outra coisa
mesmo
que pareça
ou pereça
antes
descumpriria
a decisão
que
abocanhou o conselho
sem
ao menos aparecer um ai
embora
a
gente saiba
que
só se grita
depois
que a casa cai
Nenhum comentário:
Postar um comentário