Indoor dialogue, Wojciech Siudmak, 1998
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abre a porta
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me deixa
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estou preocupado
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com o quê
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com a tua saúde
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me esquece
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me deixa entrar
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não, não há mais nada entre nós
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dá mais uma chance
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sem volta
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verdade
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nunca menti pra você
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e eu nunca dissimulei
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é você é verdadeiro eu que não percebi
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a vida só tem graça quando estamos juntos
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não posso impedir tuas fantasias
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não quero ficar sozinho
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é tão dificil
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o quê
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isso
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o que nos impede
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teu desatino meu medo
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você é muito mais forte que eu
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quero ficar sozinha
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podemos ser amigos?
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melhor não
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então é isso adeus
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adeus
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quando te conheci durante aquela caminhada já havia desistido mas o
teu olhar me mostrou que ainda havia possibilidade foi isso que me
fez voltar no dia seguinte e te procurar pelo caminho quando te
encontrei sentada debaixo daquela figueira foi como se o universo
nascesse em mim
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chega te imploro não me tortures mais
…
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aquele ali o que fez?
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muita manguaça… pintou e bordou...
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dê uns tabefes e bota na rua… o magrelo?
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ladrão mixuruca
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trabalha pra quem?
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independente
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bota na limpeza… e esse, agarrado às grades?
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agrediu a mulher
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ela enfeitou tua cabeça, foi?… é mudo, é?
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está catatônico desde que chegou… deve ter tomado droga pesada
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a mulher deu queixa?
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deu
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não tô afim de preencher papelada… bota na cela com o “mãe
de todos”…
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“mãe de todos” já passou da hora pra ser solto...
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alguém intercedeu por ele?
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até agora não...
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taí… deixa o psicopata brincar
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o senhor é o delegado
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qualquer coisa me chama no celular...
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