Cuerpos Celestes, Rufino Tamayo, 1946
quem
sabendo
do seu fim
não
desejaria um começo?
certa
noite
quando
olhava pro céu
a
prescrutar meu rastro
acabei
por desenhar meu rosto
na
imensidão
e
sonhei que nascia
naquela
longínqua estrela… mas
um
acidente de percurso
trouxe-me
exilado
aqui
pra
esse chão
a
cultivar métodos, modos, invenções
um
certo jeito de regresso
àquela
origem
que
desde sempre
desconheço
fácil
tão
fácil seria chamá-la por um nome
que
quase
por
um pouco me perdia
no
exato instante que emergia
apto
a melhorar meus traços e minha caligrafia
e
esse novo e estranho (re)começo
teria
me levado ao limite do espanto
(onde
o medo à negação nos obriga)
não
fosse encontrar beleza
em
navegar esse propósito
de,
ao sonhar, se conserta
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