Paz, Arte e Abundância
Hans von Aachen, 1602
Não
teço discursos, tampouco sei me perder
Nos
labirintos do desejo
Sou
bem mais prosaico do que as palavras
Gostariam
de ver desenhado numa folha de papel
A
pressa que tive em chegar
Deixou-me
esquecido de voltar
E
os efeitos que encontro naquilo que escrevo
Assemelham
a pirilampos
Nascidos
de obscuros arabescos
Desinteressados
Dos
excessos estilísticos da linguagem.
Por
isso quando ando por aí,
Sigo
despido de estorvos
Incômodos pensamentos
Sólidas
vontades
(Escaras
que dificultam a livre circulação)
Enquanto
aprecio hidratar, sem veleidade,
Ideias
bonitas e cheirosas
E
graças à necessidade de fazer sentido
Descobri
que é genuíno sentir compaixão
E
não me envergonho de imaginar
Que
a lua é um portal para outras realidades
Muito
mais belas e sensíveis que essa,
Em
que sou assim tão particularmente passional
Ah,
o gosto quântico de estar e não...
Não
me impeça criar raízes
E
que eu jamais esqueça a dinâmica das nuvens
Que
me aguardam
frutificado
de
todos os frutos
Que
diariamente aprendo
a cultivar.
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