Memory, Rene Magritte, 1948
Rasga-mortalha
piou
Sobre
o telhado lá de casa
– Vem
meu velho, avie:
– Um
instante, mensageiro
Inda
não cabei de
lustrar a minha história…
– E
tu, filho, cuida
Dessa
medida de vida…
Dia
haverá em que apenas
Lembranças
te terão.
Fiques
de olho
Nas
lacunas, nas pontas soltas e,
Principalmente,
Naquele
desconhecido
Que
não conheceste
E
que jamais saberás.
Afinal,
se algum consolo encontrares
Nos
teus artifícios – essas invenções – verás que
A
memória, esse tecido que se esgarça, clama
Não
permites reste órfãos teus pensamentos
Esse
vazio, eco
inconsolável de
um choro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário