Ilustração, Enkel Dika, 2009
Com ajuda do Jorge Luis Borges
Certa feita, um tigre sonhou que era uma borboleta.
Ao acordar, não sabia se era um tigre que tinha sonhado ser uma borboleta ou uma borboleta que agora sonhava ser um tigre.
Por três vezes isso aconteceu.
Curioso, o tigre decidiu procurar o Buda que, sereno e simpático, disse que, infelizmente, não possuía a resposta. Nunca tal sonho lhe ocorrera e jamais falaria de algo que nunca tivesse experimentado.
Porém, para que o tigre pudesse iniciar a busca pelo entendimento daquele embaraço psíquico, sugeriu que considerasse ser ora um ora outro.
Nos dias pares, fosse uma borboleta, nos dias ímpares, um tigre.
E, após um tempo, avaliasse seus sentimentos… A resposta à sua questão lhe surgiria naturalmente.
E foi assim que, um dia, ao olhar-se no espelho d’água e perceber a simetria do seu rosto, o tigre encontrou uma borboleta estampada nele.
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