sábado, 22 de outubro de 2016

Fuga


Getaway, Michel Bell, 2009



Antes que nos seduza o atropelo
E os fogos de artifícios dancem nas pupilas
Devemos saudar os ancestrais
Manter o controle da pressão arterial
E trabalhar para que os idiotas sofram a devida epifania

Vem, amor…
Nesse mundo de espertos é preciso saber fingir
Afinal, a verdade é esse monopólio fascinante
Envolto em efeitos especiais ao gosto da horda tagarela
Sequiosa por novas fofuras para logo mais no mercado

Sigamos, em meio a esse tsunami de enérgicos sugadores
Nós, os nascidos para partir, e evitemos
Qualquer desvio ou atrasos em nossos compromissos

Pois é belo fazer escolhas e não ter obrigações
Quem vive pleno de liberdade pode morrer em paz
Atento ao desassossego que continua a vicejar lá fora
Sinta-se bem: O poema começa agora…


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