Detalhe de Cartoon do Simanca, 2016
Um
jovem questiona o avô:
-
Defina analfabeto político?
E
o vovô, imediatamente responde:
-
Define-se como analfabeto político aquela pessoa que, a despeito da
privatização do patrimônio nacional; do sucateamento da educação;
da precarização da saúde; da demonização da política; da
partidarização da justiça; da seletividade de denúncias; do lucro
é nosso, o prejuízo é de vocês; dos mensalões; dos trensalões;
do roubo de merenda; das carteiradas; das verbas nababescas para
políticos e apaniguados; das entradas de serviço; da
impossibilidade do capitalismo sem pobres; da cultura do estupro; da bancada de bala, da bíblia e do boi; da uma mídia comprometida
apenas com seus interesses econômicos; de um bando de corja,
bandidagem das brabas, comandando os destinos do país… sai às
ruas gritando “somos todos cunha”, “porque não mataram todos
em 64?”; “professor não é educador”, “corruptos, mas
íntegros”, “escola sem partido”, “intervenção militar já”,
“bolsonaro presidente”, “Letícia Sabatella é puta” e outras
aleivosias do gênero…
E
o rapaz, coçando a cabeça:
-
É muito complicado, vô. Dá pra simplificar?
-
Dá. Pensa num pato.
-
Que tipo de pato?
-
Um pato do tipo fascista... Raivoso, cheio de ódio. Pensa num
sujeito que defende quem o engana; ou aquele que beija a bota do
agressor; ou aquele que elogia quem o assalta; ou aquele que se
apaixona pelo estuprador; ou aquele que lambe a mão que o
esbofeteia; ou ainda aquele que agradece e exalta o golpe que o
apunhala…
-
Mas, pessoa assim existe? Alguém, em sã consciência, desejaria ser
chamado de burro, doente, idiota ou covarde…
-
Aí está: não só existe como se reproduz numa velocidade
assustadora.
-
Existe um antídoto contra tal praga?
- Difícil… atualmente estão em maioria e crescendo...
-
Mas, segundo a teoria dos jogos, quando um grupo torna-se hegemônico
dentro de uma sociedade, tende a devorar-se a si mesmo.
-
Opa… Ajudá-lo-emos, então.
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