O Beijo, Ernst Ludwig Kischner, 1930
Quando
me deixo levar pelo silêncio, sinto
Que
todas as palavras do mundo já foram ditas
Quem
sabe inventasse uma novinha
Para
dizer ao teu ouvido esta antiga novidade
Meu
remédio qual é, galega enluarada, senão o perfume
Da
flor de laranjeira no teu travesseiro e o dom josé dos teus lábios?
Sejas
então meu barco e meu cais
Que
ando à deriva, perdidinho de amor
Sejas
minha ilha, meu refúgio
Que
ando triste neste enorme mundo de distâncias e perdições
Sejas
meu vento e a inesperada calmaria
Que
ando desconfortável de tanto navegar abismos e constelações
Por fim, sejas minha doce estrela guia
Que
jamais sussurrarei em minhas noites de cansaço, teu lindo nome em vão.
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