Um Retrato e um Sonho, Jackson Pollock, 1953
O empresário pensa no
lucro
O político no poder
O religioso no pecado
E a donzela no amado…
Eu? Morro de medo de
fantasmas.
Debato-me nessa dança de
heranças – fruto de pilhagens.
Em meio a música,
álcool, sexo e um orgulho pançudo –
Tesão de eunucos a
produzir mão de obra
Que vivem pela fome, pela
guerra, pela fuga,
Pelo medo da
impossibilidade demonstrada de uma existência melhor.
Fazem-se por si mesmos,
abarrotados de expedientes, pois
Aprendem a querer antes
de pensar
A ter antes de falar
A seduzir antes de ver…
Por favor, não olhem
agora mas,
O erro não nasce da
ingenuidade, do desespero ou da ignorância
O cometimento de
infrações, quando não de crimes,
É um desafio deliberado,
uma presunção.
Esta imoralidade perpetua-se como autoridade:
Nossa mais eficiente
expressão de poder.
Somos belos, senhoras e
senhores,
Nascidos belos somos
todos…
Vicio são as roupas, os
adereços, os adornos
Tudo que acrescentamos à
pele,
O que nos personaliza, o
que nos torna pessoais,
O que nos distingue nos
infama.
O poeta, filho de mãe
solteira, usufrui de si
Eis sua arte, sua
potência, sua perfeição…
No convento aprendeu a
mentir e tarde descobriu
Que havia se tornado uma
mulher redondamente estéril.
Ao atear fogo às vestes,
restou-lhe estranha sensação de inutilidade.
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