Sereia em Lago de Lotus, Jahar Dasqupta, 2008
Entre sargaços
Nasci nos braços de uma
sereia
Para ganhar cheiro de
terra
Meu primeiro banho
Foi numa caixa de carvão
Ali me lambuzei e
Arranquei riso das nuvens
Alçado em prenúncios
Alegrei mil braços
Estalei-me em beijos
Até que um dia,
Simples qual um pecado
Perdi a graça, cresci
Passei a me aprumar sob
espadas
Que zuniam obliterando o
sol
Elas me despertaram
Elas me obrigaram
pensar no amor
No amor que me
estava destinado
Porém quando penso que
encontrei
Penso que tornei
desencontrá-lo
Distraído em meio aos
sinais
Perplexo nos desvios, idas e vindas
Humores, dores, ânimo que vai que vem
Feito onda, feito mar, essa lua ruidosa
Que nem pensamentos que me causam
Esse ar que respiro nos teus braços
Esses sargaços que quero tanto
Sem o mundo impressionar-te.
Querer-te assim:
Que busca desumana.
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