Freedom in the Aquarium
Sabin Balasa (1932-2008)
Somos
colecionadores de abismos
Mas
ainda somos feitos de sonhos
Rebeca
Bedone
Minha
tristeza é força de expressão
Um
manto a me proteger da dor
De
encarar a ilegítima alegria
Fui
um garoto bonitinho
Adolescente
arrumadinho
Hoje
não mais
Passei
a cuidar de mim mesmo
Com
o descuido que mereço
Senão
como andar nestas ruas
Nestes
ônibus, nestas praças?
Se
trabalhasse em outras salas
Se
em outras mesas fizesse minhas refeições
Talvez
me oferecesse mais que um bom banho
Roupas
comuns e um único par de sapatos
A
gente tem que ser o que é
A
vida nos empurra em direção a iguais
Os
opostos jamais se atraem
Poucos
prazeres me confortam a alma
Velhos
deuses continuam indiferentes
Mantenho
a calma, sento e penso
Na
propriedade das palavras
Que
escrevo para apaziguar meus desejos
Inúmeros
punhais a me ferirem o espírito
Além
desse medo na culpa que dissimulo
Devo
aceitar o que o dia oferece
Sem
pedir nada, só esse dia
Esse
dia que agradeço
Por
ainda estar aqui
Sentado
ao sol
Imaginando
o mar
Que
posso almejar senão essa fluidez
Que
me transporta adiante
Para
o oceano que me aguarda?
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