A Tristeza de Arlequim
George Stefanescu-Ramnic, 1978
Não sei falar do amor
Sei falar de dor…
Contudo, digo,
Apesar da rima fraca,
Tive bons momentos
Vivi loucuras amorosas…
Viajei sem destino
Compus poemas
Escalei paredes
Tirei foto lambe-lambe
Cantei bem alto o nome amado
Eu, beija-flor, mensageiro dos seus
encantos
Dancei de mãos dadas em infinitas
madrugadas
Entrei no mar com roupa e tudo
E me afoguei
No ciúme de uma brisa
Daí o exílio, a distância, o fim do
mundo
E ao rogar cada palavra transformada em
beijo
Para além do físico
Ali, dentro do peito
Este abrigo, meu refúgio
Em ti, oceano-nave-porto
Centelha em cegueiras habitadas de
temores
Fogo abrasador dos desertos
Finalmente ouço o estalo:
A gente não sofre de amor
A gente sofre dessa ausência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário