sábado, 23 de maio de 2015

O buraco negro do meu peito

Black Hole, Yaacov Agam, 1981




Sou um catador de bolotas
Minhas
Não são as ideias
Nem as palavras que lhes dão forma

Nada sei
Nada tenho…

Em meio a tempestade
Onde tudo é mais
Quero menos,
Bem menos
Que meus olhos cobiçam,
Menos até
O que tantos lábios atiçam.

Mas eis que o meu estômago é uma cratera
Tal qual meu peito, essa incomum normalidade -
Buraco negro que come, que come, que come…

O que silencia em mim
É justo o que me falta.  




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