Hand and Eye of Needle
Abidin Dino, 1980
O poeta não força a
rima
Nem finge erudição
Ele é apenas improviso
No canto que vem do
chão.
Anônimo
Quantos de mim sou eu
Esses tantos ontem à noite
Existe mal em agradar a quem se ama
Ou fazer bonito pra quem nos detesta?
Há um processo entre a matéria e a
forma
Aquilo que desejamos falar e o modo que
falamos
Vai assim de degrau em degrau
Essa espiral perspectiva
Uma pequena viagem
Pelo buraco de uma agulha
Naquilo que ruma e conflito
Balança o chão redemoinhos
Selvagerias, morte
E o hábito dramático de amar
A gente começa a ter alguma coisa
Quando o roteiro não faz curva antes
da esquina.
Conheço esta cidade como a palma da
minha mão
Mas sempre me perco quando quero te
achar
Preso naquilo que liberta
Viver é uma armadilha criativa
Quantos de mim sou eu
Em tantos cotidianos?
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