Meditation on the History of Italy,
Francesco Hayez, 1850
“O
sacerdote vive do pecado,
só ele
tem necessidade que se peque.
E pecado
é tudo
Que não
se sujeita ao sacerdote”.
F.
Nietzsche
Às seis, um bagaço.
Olhos lassos,
simplórios, voltam-se contritos,
Caricatos, puro cheiro
acre perfume mentol barato
Exala e ginga e pompa e
bufa a bílis mossa.
O salto alto fere o
silêncio da nave mansa.
Busca, entre
bagatelas, o véu rendado, miúdo
Na rota bolsa, à moda
mediterrânea, preto.
Pose enlutada, fixa e
fica qual se, em laço.
Calvário projetado,
realismo puro.
Quase romântica,
pessimistas pálpebras.
Crente em confissão
parida, queda e queixa.
O sacerdote anônimo em
contorções agita-se
Intimidade aspira,
aliviar-lhe o fardo, exercer
O oficio, o catecismo
de acordo, samaritano.
- Um terço. E
para. Reflete e fala:
- Vá em paz e...
não peques mais.
Tão simples, eloquente
e mudo.
Fogem para o interior
do cofre alguns trocados.
Esmola pouca: “É
a vida. Triste vida. Adeus, amém”.
E para. Reflete e anda.
Segue.
Manhã seguinte,
escolados:
Já espreitam,
solidários, um ao outro
(Eita carne fraca).
Redimidos?
Não, profissionais...
Peritos.
Dependentes do prazer
momentâneo.
Ave Maria... tlim, tlim
Ave Maria... tlim.
Ave Maria...
Ave...
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