sábado, 26 de janeiro de 2013

Poema Comodo



Fernando Botero, A Ceia, 1987



E a gente vai assim: evitando.
Perder a calma, cometer loucuras,
Fazer o que é certo.

De meu lado, esse adiar constante
Deixar pro futuro a história
Que poderia nascer agora

Eis minha covardia:
A desviar-me da tarefa difícil
A arredar obra importante.

Coloque de lado, diz ela, pense apenas
Nos teus aborrecimentos diários
Nos teus solapados desejos de amanhã

O controle desta mimada vontade
Rumina apenas o que é sem custo
E isto basta para encher-me a pança.


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