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… ao dares o número do teu telefone, a pessoa, estupefata, indaga: “não tem celular”!
… finalmente consegue adquirir um Ipad2, acabaram de lançar o 3.
… aquela sua cantada infálivel virou piada na internet.
… aquela geografia que você tanto cultivou, e quer revisitar, simplesmente ficou in memoriam.
… aquele boteco onde você tomava uma meia de seca toda manhã de sábado com a turma do teatro amador, sofreu uma reengenharia de processos para competir em pé de igualdade com a rede de fast food que instalou-se na pracinha ao lado.
… retorna àquela consulta médica com uma porrada de exames e o médico, após folhear aquela pilha de dados, volta-se para ti e começa: “sabe, fulano, na tua idade...”
… em tua casa o papo, últimamente, tem girado em torno de procedimentos médicos e bulas de remédios.
… perdeu o medo da morte e descobre que não está com pressa nem um pouco.
… em passeio com os filhos, não param de gritar: “vamos, pai”.
… no teu aniverário recebe lenços e pijamas (que você faz questão de usar, diga-se).
… faz questão de ser o último a subir no ônibus.
… ao menor sinal de chuva, exatamente como sua mãe ensinou, pega logo o agasalho e o guarda-chuva.
… aquela velhinha, cara da tua mãe, que você ajudou a atravessar a rua, te agradece com um "muito obrigado meu senhor"!
… tua cabeça está cada vez mais perto do chão.
… quando encontra um colega da Admissão, ele pergunta: “e aí, já aposentou?”
… ainda escreve cartas manuscritas com uma caneta-tinteiro Parker 21 praquela lindinha que dançou contigo no baile de formatura do ginásio.
… sempre dá um jeito de colocar na conversa que só veio conhecer luz elétrica aos dez anos, que andou de bonde, acompanhou todos os capítulos da novela radiofônica Jerônimo, o Herói do Sertão e que sempre foi fã de El Santo, o intrépido telecatcheiro do cinema mexicano.
… não perde a oportunidade de repetir que descia a Estrada de Santos montado num Gordini, “versão nervosa”, a 120 por hora.
… chega ao escritório louco pra contar aquela história que acabou de lembrar e a turma desencana dizendo: “ah, esta você contou na senama passada”.
… um amigo chama tua Olivetti Studio 45, que você ainda usa, de raridade pré histórica e você se ofende.
… encontra tua calça de Tergal devorada pelas traças e quer por quer que o sapateiro conserte aquele teu indefectível Vulcabrás 752.
… corre pro dicionário para entender direito os termos kit gay e homofobia.
… começa a aplicar a Teoria da Expectativa Reversa para ver se ganha na mega sena.
… o último pingo acaba sempre na calça.
Eu tenho mais uma: frio nos pés. Acho que é treinamento pra subir. De uns tempos pra cá dei até de usar meia pra dormir. Saco!
ResponderExcluirCrueldades à parte, já me enquadro nuns. Noutros, ainda protesto contra, mas vou acabar aderindo. O que se há de fazer?
ResponderExcluirEsta nova série está ótima! Há aí, é claro, uns começando a envelhecer e outros já bem do outro lado do Cabo da Boa Esperança, prestes a fazerem companhia a Brás Cubas!
ResponderExcluirOra! Ora! No final é igual pra todos, mas nós estamos até bem demais, ainda estamos aqui, fazendo lúcidos comentários de um texto maravilhoso do rei. Muito boa esta serie mesmo.
ResponderExcluirQuer saber tem muito mais para acrescentar. Vou esperar.
Um forte abraço.
Íris Pereira.