M.C. Escher, Relativity, 1953
… participa de uma rede social, possui 2.693 amigos e passa a maior parte do tempo diante do computador, sozinho.
… adquire um aparelho celular com centenas de aplicativos e funções e não consegue usar a principal por absoluta falta de qualidade na conexão.
… conversa com alguém e ela coça insistentemente o nariz e lá pelas tantas indaga: aceita uma balinha?
… bate um bolão no Skype, discorrendo sobre a situação lamentável da cultura brasileira e, após uns dez minutos, a pessoa do outro lado simplesmente tecla: desculpa, fui atender ao telefone.
… tua ex-mulher que você não vê a um tempão, te manda um e-mail que diz: precisamos conversar.
… após aquele relatório extenso e repleto de considerações pessimistas, teu gerente, com a cara fechada, passa por tua mesa e, sem te olhar nos olhos, diz: na minha sala, agora.
… teu filho chega em casa, não te cumprimenta, passa direto pro quarto e, ao ser questionado sobre o que está havendo, responde: nada.
… aquela pessoa interessante que você conheceu durante uma viagem de férias, com quem você trocou endereços, promessa de visita e, num dia qualquer você decide cumprir com o prometido, te recebe na porta e não convida para entrar.
… alguém te cumprimenta demoradamente enquanto roça o dedo indicador na palma da tua mão, com um sorriso maroto na face.
… aquele dentista, durante o tratamento de canal, fica trocando figurinhas com a assistente gostosa.
… aquela amizade virtual, logo no primeiro encontro, após uma longa troca de emotions, te conta uma história pessoal escabrosa e diz que com ela é oito ou oitenta.
… aquele político que conquistou teu voto na última eleição, assim sem mais nem menos, anuncia que mudou de partido.
… a vendedora insiste em dividir aquela tua compra em oito vezes, com a vantagem de só começar a pagar daqui a 90 dias, apesar de você afirmar que quer pagar à vista.
… ao entrar no restaurante todos os olhares se voltam sobre você, mesmo tendo absoluta certeza de que não és nenhuma celebridade.
… uma senhorinha diz que o travesseirinho, atado à sua barriga e que foi “doado” pelo pastor, realizou o milagre de fazê-la cagar, coisa que não conseguia a anos.
… teu telefone não pára de tocar e toda vez que você atende uma voz feminina indaga: é da Gol? Ou pior ainda: quem está falando?
... marcou um encontro prás nove, às dez a pessoa liga e diz que vai chegar atrasada.
… ao comentar o filme Norma Rae, o seu interlocutor lembra que a Norma da novela foi solta.
… aquele funcionário novato, ao preencher uma planilha eletrônica, tem a tela do computador apagada, volta-se para ti e diz que o software deve estar com problema, que ele não fez nada e de repente puf.
… durante um treinamento, um candidato começa a folhear sua agenda ou a arrumar sua bolsa ou olhar-se num espelho ou assume posição de psicografador.
… aquela ideia fixa vem à tona no exato momento em que você mais precisa ser flexível.
Um pouco de mim, um tanto de tantos e um tantão da maioria das pessoas. SOLIDÃO! SOLIDÃO! DESGOSTO!
ResponderExcluirMeu melhor amigo fala comigo por depoimentos, fico feliz tive sua atenção mais certa que a de quem mora comigo.
Está diferente o visual, mas você continua meu rei.
Não posso sair por ai fotografando pessoas e seus segredos.
Iris Pereira
Gostei do novo visual. Muito mais das frases: cada uma mais porreta que a outra!
ResponderExcluirQueria pedir que lesse um texto no irisreflete, acabei de cavar, digo escrever.
ResponderExcluirBom domingo pra você e sua família.
Meu rei.
Íris Pereira
Paulo...
ResponderExcluirsó voce mesmo.
Estou aqui gargalhando com seu post maravilhoso.
Quanto a meu post querido, obrigada pelo cuidado e não se preocupe.
Se me sente compondo sejam alegrias ou tristezas, encontros ou desencontros
surpresas boas ou decepções
é pq estou bem.
Se assuste e se preocupe comigo
quando passar mais de 3 dias sem postar. Detalhe:tenho 7 blogs atualizados diariamente. Alias conhece mais algum fora esse Observando?
e
Bjins
entre sonhos e delírios
Muito bom a nova cara do blogue, Paulo. Os textos são os mesmos, sempre com teu estilo reflexivo e sublime.
ResponderExcluirDiria até que este post é corrosivamente esplêndido!
É isso aí, Laurindo. Nossa pós-modernidade é multifuncional. Nossa profundidade.... Bom, aí já são outros quinhentos. Adorei. Abração. Rackel.
ResponderExcluirHahaha Adorei!! e adorei o seu espaço!
ResponderExcluirHahahah...ri muito, a do travesseirinho, chorei. O blog está uma lindeza. Parabéns!
ResponderExcluirMuito divertido! E combinou bem com a ilustração escolhida. O novo visual está mesmo ótimo!
ResponderExcluirBeijos.
Também gosta de Escher... Fui na exposição no CCBB, maravilhosa! Seu comentário do Hopper foi perfeito!Inteligente e sensível,assim também é seu blog, parabéns, bjs
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