Ao desembarcar na ilha,
A primeira providência:
Plantar no abismo a semente.
Livre de embaraços, essa árvore
Regada com pranto e prece, crescerá
Com as raízes fincadas no meu coração.
E todas as manhãs, eu planta criança
Olhos adornados de horizontes,
Prescrutarei as alternadas estações.
E tu falarás comigo, se for do teu agrado
E eu te agradecerei, sol sempiterno do meu dia,
À sombra amena que me deste no colo dessa mãe.
E os meus acautelados dedos hão de labutar
A pele orvalhada dos teus campos
E com cânticos de improviso poupar-te-ei de toda ira.
O calor não abrasará meu corpo
Não tremerei de frio em noites de tempestades
Pois tu, refrigério e calor, me protegeste
Com vestes de neblinas e claridades.
E quando chegar o outono no meu crespúsculo de ilha
Tua brisa há de balancar os meus ramos
E despido eu folha serei leve e, estendido
Colherei do fruto minhas lágrimas de glória.
O que quer que eu diga será migalha diante do teu poema. Nele está a confirmação do teu engenho e arte, Paulo Laurindo. Bonito demais da conta, como dizem os mineiros. Ou, porreta, como dizem os nordestinos!
ResponderExcluirUm feliz dia dos pais meu querido!
ResponderExcluirUm grande abraço
Gena
Faço minhas as palavras do leitor Saint-Clair Mello, neste poema "está a confirmação do teu engenho e arte".
ResponderExcluirGostei daquilo que você disse no blog sobre este negócio de pai, foi mesmo uma boa reflexão. Feliz dia dos pais, caro amigo.
Abraço.
Estava com saudades de vir em teu cantinho e me deleitar com vossas escritas.
ResponderExcluirMais uma vez, minha admiração aqui registrada.
Beijos!
"àrvore regada com canto e prece",só essa frase já é um grande poema. Brilhante, como sempre!
ResponderExcluirPranto...é a emocão.
ResponderExcluirMe perdoe a falta no teu aniversário.
ResponderExcluirSobre esse poema, cito o galêgo:
-"hoje o mar estava clássico"
Adorei!!
ResponderExcluirMagnolia Menezes