domingo, 16 de maio de 2010

Conhece o Mário?

Diante da pergunta você conhece o mário quem nunca, na sua santa inocência, não respondeu: que mário? E teve sobre si as gargalhadas dos amigos que anteriormente haviam sido também encurralados e despidos.

Pois é. Frases inocentes como esta fazem a alegria geral, nos tiram da confortável segurança de acreditarmos sabermos tudo. Não sei de outros idiomas mas, na língua portuguesa, preciosidades tais causa a impressão de que adentramos a um mundo de revelações insuspeitados. Se não somos ágeis, corremos o risco de perder velhas amizades, por absoluta falta de esportividade. Tais frases, fazem do sujeito que as profere o centro das atenções, porque descontraí o ambiente sem apelações grosseiras. Revelam também um aspecto lúdico da alma, contribuindo certamente para nos fazer ficar alertas contra certas armadilhas do idioma, além de produzir a sensação de que, após passarmos por elas, ficamos um pouco mais espertos.

Diz-se que, durante a ditadura, um alto coturno da República durante um café da manhã, proferiu a seguinte pérola diante de um general cinco estrelas: “O senhor gosta de café de máquina ou acha que no coador é melhor”? Ninguém entendeu. Mas o garçom que servia o cafezinho quase mijou nas calças. Dizem que o general respondeu: “E o senhor, gosta de verdura”?

O dialogo continuou, para desespero dos presentes que, àquela altura, temiam um retrocesso nos rumos políticos da nação, visto o projeto de distensão e abertura já encontrar-se bastante avançado.
- O senhor gosta de laranja? Se eu der um saco, o senhor chupa?
- Quanto o senhor acha que eu peso... por cima?
- Sabe, sou ótimo cozinheiro. Se eu cozinho, todo mundo come!
- Outro dia fui cozinhar um ovo e saiu um pinto de dentro. Imagina se eu cozinho com o pinto dentro!
- Minha amiga Paula é muambeira. O que senhor quiser, Paula traz.
- Bonita camisa. Linho fio grosso?
- O senhor anda de carro ou só caminha?
- Jacaré no seco anda?
- Elefante no seco atola?
- Em caminho de paca, tatu caminha dentro?
- Cachorro de várzea late em terra firme?
- Um índio está sentado na floresta e outro no asfalto. Qual deles tem terra na bunda?
- A Coca-Cola, após a garrafa de dois litros, vai lançar o litraço de quatro.

O clima nublou. Uma dama interveio dizendo que aquela conversa estava ficando muito estranha, que não estava entendendo nada, se aquilo era um código particular... O general olhou a madame de cima em baixo e tascou: “A senhora topa almoçar comigo depois da uma”? O marido da socialaite, executivo de uma multinacional, não deixou por menos: “Vamos juntos, podemos rachar a conta. Mil meu, com mil teu...” Um político tomou a dianteira e emendou: “Preciso abastecer meu carro. Aqui na sua redondeza o ilustre tem posto atrás”? Um assessor, querendo mostrar competência, mandou: “Aquele negócio está de pé, estou aguardando apenas sua posição”. Ao que o empresário respondeu: “Que tal trabalhar na minha fábrica de camisetas? Você vende quatro, te dou uma”.

Sei que alguns não irão gostar desta irrelevante crônica... para estes, deixo aqui uma singela pergunta: Tem culpa eu?

Ah, da próxima vez que te perguntarem se conheces o Mário, verifique antes se é o irmão do Lochas.




3 comentários:

  1. Ótima crônica, Paulo Laurindo. Gostamos todos: eu, Mário, Lochas e Xunda.
    Tem também aquela: Bahia, terra onde abunda a pita. Ou seria talvez: Bahia, terra onde a pita abunda?

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  2. Sensacional...bela lembrança, afinal: paca...tatu...cotia não!

    Abraço, amigo!

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  3. Tenho um negócios de aves exóticas no Rio, me ajuda a trazê-las de carro? Você volta dirigindo e eu com o tucano atrás.

    Mas desconfio de sua honestidade, pois aquele negócio que você estava agitando já melou.

    Abraço!

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